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SAPO Zen

Cartas Xamãs, 2

Texto fornecido por Ana Paula Lago
 
“O QUE SÃO AS CARTAS DE CURA XAMÃS?
 
As Cartas de Cura Xamãs (ou “Medicine Cards” no original), são utilizadas até aos nossos dias pelas tribos ìndias Norte-Americanas, pelo Xamã da tribo, numa perspectiva de cura interior e de encontro com o ser interior de quem procura a sua ajuda. Pessoalmente não gosto de lhes chamar um “Tarot”, visto que o grande objectivo da sua utilização é o procurar os bloqueios interiores da pessoa, que naquele momento não lhe permitem entender ou ultrapassar alguma situação ou questão da sua vida e não tanto o de antecipar acontecimentos futuros (apesar de isso também poder ser feito em certa medida). Isto é, numa consulta com as cartas Xamãs o foco é colocado “dentro” e não “fora” da pessoa, numa perspectiva de crescimento interior. Tenta-se encontrar dentro da pessoa aquilo que ela terá de alterar para que o bloqueio seja resolvido, assumindo que todos nós estamos a todo o momento a construir o nosso próprio “futuro”, e sendo esse encontro connosco próprios parte fundamental da solução a encontrar.
 
QUAL O CONCEITO BASE DAS CARTAS?
 
A base do conceito destas cartas encontra as suas raízes no Xamânismo dos índios Norte-americanos, segundo a qual todos nós fazemos parte integrante da natureza e mantemos dentro de nós as experiências passadas vividas noutras formas vegetais e animais. Acredita-se que todos nós temos o espírito de um ou vários animais, que serão os nossos protectores e guardiões. É também através da linguagem dos animais que as cartas nos transmitem a sua sabedoria. Cada animal tem uma mensagem a transmitir que muitas vezes nos escapa e que está relacionada com a experiência de vida ou modo de estar desse animal (exp: a “formiga” é considerada sinónimo de “paciência”, o “cão” representa a “lealdade”, o “falcão” é o “mensageiro”, etc).
 
QUE INFORMAÇÃO NOS PODEM TRANSMITIR AS CARTAS?
 
As cartas de cura podem ser consultadas de várias formas e com vários níveis de introspecção e profundidade, de acordo com as necessidades e a vontade da pessoa que está recorrer a esta fonte de sabedoria.
 
·         Uma das principais mensagens que as cartas nos poderão transmitir diz respeito aos bloqueios que neste momento estão presentes relativamente à questão colocada ou à àrea de vida indicada e que não permitem que a pessoa avance, ou que a vida siga o seu “melhor” percurso, isto é, o caminho de acordo com a lei do menor esforço. Permite identificar quais os pontos fortes que a pessoa já possui a nível espiritual, emocional e mental e relativamente aos quais poderá não estar consciente e que a ajudaram a dissolver o bloqueio actual. Dá também a indicação da solução interna para o desafio presente que está a ser questionado e da forma como se poderão atingir os objectivos desejados. Este tipo de questões podem ser colocadas a vários níveis (emocional, profissional, etc) relativamente a qualquer questão que a pessoa pretenda colocar e de forma mais generalizada ou mais específica.
 
·         As cartas permitem ainda ir um pouco mais longe e não só identificar os bloqueios mais “surperficiais” e momentâneos, como também bloqueios que tenham a sua raiz a um nível mais profundo. Acedendo ao nível do inconsciente poderão ser identificados padrões de comportamento que poderao estar na origem se situações que se repetem na vida da pessoa. O concelho de anciãos sempre defende que “numa àrvore há mais raizes que ramos”. Desta expressão podemos inferir a importância de aceder ao que está por baixo da superficie e clarificar o que está escondido (muitas vezes pela própria mente), rompendo com o véu de ilusões e mentiras que colocamos a nós próprios e que limitam o nosso crescimento.
 
·         Por vezes não estamos ainda preparados para encetarmos este processo de cura e/ou de crescimento interior. A situação presente vivida poderá de tal forma perturbadora, que antes de avançar para um processo de cura interior há que entender as lições e os desafios de vida presentes, de modo a ultrapassar sentimentos de ansiedade ou depressão que possam impedir uma maior introspecção. Deste modo, as cartas poderão contribuir para perceber o que levou no passado a que se tivesse chegado ao momento presente e qual o caminho previsível que a situação presente irá tomar. Quais a lições de vida que já foram retiradas dessa situação e quais as lições de vida que ainda não forma apreendidas e que não estão a permitir a que a pessoa avance para novas situações. Dá-nos ainda a indicação dos entraves e das ajudas que a pessoa irá encontrar nesse processo.
 
·         Podemos ainda ver a “imagem” que deteminada pessoa tem de nós, e qual o “sabor” do nosso relacionamento com essa pessoa, seja ele de amizade, afectivo, amoroso, profissional ou conflituoso.
 
·         É ainda possível obter informação sobre “protecçºao e concordância do céu” relativamente a um determinado projecto ainda em fase de desenvolvimento ou em fase de estudo
 
·         Por fim, pode-se aceder à informação dos “9 Totems” da pessoa, isto é dos 9 guias que conduzem a pessoa desde o momento da sua concepção e que definem as suas orientações de vida e a missão que escolheu no momento da encarnação
 
 
AS CARTAS DE CURA XAMÃ E EU…
 
Conheci Brian Mc’hugh numa altura conturbada da minha vida e senti que os workshops que desenvolvia em Portugal poderiam ajudar-me a encontrar as respostas que procurava para a minha cura pessoal. Sendo um ser fantástico e com uma enorme experiência de vida, a dada altura da sua vida partiu para os Estados Unidos e passou 12 anos da sua vida com a tribo Lakota. Durante esse periodo foi sendo formado como Xamã da tribo, tendo posteriormente integrado os conhecimentos e sabedoria desenvolvidos nesse periodo com os seus conhecimentos profundos na àrea da Psicologia e da Psicoterapia, principalmente no campo dos relacionamentos e na cura da raiva interior.
Após o seu regresso para o “mundo da civilização”, onde prosseguiu os seus estudos, (tendo defendido a sua tese de doutoramento na àrea do tratamento e acompanhamento de casos relacionados com o processo de raiva interior), este Mestre Xamã trouxe estas cartas consigo e utilizava-as nas suas consultas, nos seus processos de cura e nas terapias que realizava.
 Quando tomei conhecimento dos seus workshops em Portugal senti imediatamente que deveria ir ao seu encontro e assim aconteceu. Decidi marcar uma consulta particular antes de me inscrever no 1º workshop, a fim de confirmar esse meu chamamento. E assim foi…esse nosso 1º encontro foi um dos momentos mais mágicos da minha vida e que mudou radicalmente o curso dos acontecimentos. Juntamente com as cartas, ele recorria ao livro que as acompanha e que dá orientações sobre as várias forma de utilização.
No final dessa nossa 1ª longa conversa ele pediu-me para soletrar o meu nome e escreveu uma dedicatória na 1ª página do livro. Depois fechou-o colocou as cartas dentro da respectiva caixa, estendeu-as para mim e disse-me “a partir de hoje isto pertence-te”. Pediu-me para voltar passados 2 dias a fim de realizar uma cerimónia de iniciação Xamã comigo, se eu estivesse de acordo, o que aconteceu. Foi mais um dos momentos mágicos que ele me proporcionou.
Quando senti que era o momento, comecei a utilizá-las para mim própria e a ganhar uma relação cada vez mais próxima com a sua mensagem e a sua sabedoria.
No meu último encontro com o Brian em Portugal, no ínicio de 2006 ele instiu na importância de começar a utilizá-las com outras pessoas e em partilhar esta ligação com o divino.
Assim o fiz, após me terem chegado vários sinais de que seria esse o caminho a seguir, e de forma muito natural iniciei as minhas consultas de forma mais regular, visto que de forma natural todas as condições tinham sido reunidas para que assim acontecesse.
Onze dias depois da minha 1ª consulta Brian Mchugh faleceu, com um Tumor no cerebro, rodeado de familia e amigos.
Foi-me comunicado mais tarde que depois de me ter passado este seu “testemunho” ele não voltou a recorrer a esta fantástica ferramenta de cura interior nas suas consultas.”
 
Ana Paula Lago
A Entrevistada:
 
Ana Paula Lago
 
Mãe de 2 meninas, começou desde os 12 anos a interessar-se por astrologia e outros assuntos ligados à espiritualidade. Licenciou-se em Gestão e veio a fazer um MBA com especialização em marketing na UCP, profissão que exerceu durante 14 anos.
Passou por um longo período de profundo cepticismo durante toda a adolescência, até que um retiro na Comunidade Ecuménica de Taizé em França lhe reabriu as portas à fé e á espiritualidade.
O Reiki, que prosseguiu até ao 3º nível com o Mestre Luis Ferreira, foi um motor importante no seu processo do despertar da consciência.
Abandonou a carreira confortável na área da Gestão, em 2000, para abraçar um projecto na área das actividades educativas para crianças, que ainda hoje mantém, bem como o interesse pelo estudo das “crianças do futuro”, tendo recentemente frequentado um curso para professores e educadores sobre Educação e Integração de crianças índigo e cristal na Fundação Índigo, pela Drª Tereza Guerra.
Em Agosto de 2004 conhece o psicólogo e Xamã Inglês Brian Mc’Hugh, que no primeiro encontro dos dois lhe oferece as suas cartas xamânicas que o acompanhavam desde os tempos em que viveu com uma tribo índia no norte dos Estados Unidos da América. Propõe-lhe depois um dos momentos mais importantes e mágicos da sua vida - um ritual de iniciação Xamânico, que aceitou de imediato. Começou aos poucos a trabalhar com as cartas, seguindo um processo de aprendizagem gradual e consolidado, sob a supervisão e incentivo de Brian, que veio a falecer 12 dias depois de ter começado a dar consultas de forma profissional, no dia 11 Setembro, vitima de doença prolongada.
A terapia regressiva e a kinesiologia surgem mais tarde no seu caminho, sendo neste momento terapeuta de regressão, seguindo e método de indução “Body Wisdom” desenvolvido pela Holandesa Anita Groenendijk. É também neste momento responsável pela introdução em Portugal de um método inovador, baseado igualmente na kinesiologia e cujo objectivo é o equilíbrio físico, emocional e mental, desginado por “Touch For Health” (Toque para a Saúde)
 
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